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Os custos da má qualidade na cadeia de produção

19 maio, 2016

Os custos da má qualidade na cadeia de produção

Existem diversos estudos relacionados aos custos da implementação da Gestão da Qualidade que apontam as diferenças entre custos de prevenção e custos de correção. Eles comprovam que quanto mais longe da origem e, consequentemente, mais próximo do usuário final o defeito ocorrer, maior será o custo de correção.

No entanto, na prática, esse processo ainda é cheio de zonas cinzentas. O consenso é de que o cliente final é a única parte envolvida que não deve sofrer prejuízos devido uma falha de qualidade. A partir disso, começam infindáveis discussões sobre responsabilidades e gestão de riscos financeiros.

O produto final é resultado de uma complexa cadeia de fornecimento e, obviamente, existe uma relação comercial entre todas as partes envolvidas. E, como toda a relação comercial, existem riscos.

IMAGINE: uma empresa fornece uma peça cujo preço é de alguns centavos. Essa mesma peça é vendida a um fabricante de motores e tem como função garantir o travamento da válvula no Valve Train. Por algum problema de tratamento térmico, após algumas horas de funcionamento, a peça se rompe e a válvula é engolida pela câmara de combustão, gerando a perda total do motor. Pelo lote de tratamento térmico, verifica-se que milhares de peças como essa estão espalhadas e podem se romper a qualquer momento. O custo de reparo de todos os veículos envolvidos e o custo de substituição preventiva de todo o lote suspeito gerará quantos milhões de reais em prejuízo? O fabricante terá como arcar com esse custo?

O caso acima é real e acontece com frequência, portanto, é necessário que referente a cadeia de fornecimento, qualquer fornecedor tenha bem avaliado o risco financeiro de seu negócio e busque se resguardar através de seguros ou outras garantias.

Cada vez mais, montadoras e fabricantes de sistemas mais complexos estão criando dispositivos em seus acordos, contratos e manuais com regras claras para a justa distribuição dos eventuais custos da má qualidade de seus produtos. Não apenas em casos extremos, como no exemplo do recall acima, mas nas pequenas ineficiências geradas pela má qualidade do dia-a-dia.

É fundamental compreender que os custos da má qualidade não podem incidir apenas sobre um elo da cadeia. E que os elos mais fortes percebam até quando é viável exigir o ressarcimento de seus fornecedores, de forma que esse procedimento não os prejudique também. Os riscos precisam ser avaliados, debatidos e acordados durante o sourcing e revisados periodicamente.

Quando a cadeia de fornecimento, como um todo, consegue enxergar com clareza que precisa arcar com os custos da má qualidade, surge a conscientização de cada fornecedor sobre a necessidade de investir em processos robustos e pessoas capacitadas.

Texto escrito por Alexandre Tavares, professor de Engenharia pela Universidade Anhembi Morumbi, Engenheiro Mecânico com mais de 15 anos de experiência na área de Qualidade na Indústria Automotiva e certificado como Engenheiro da Qualidade pela American Society for Quality.

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